terça-feira, 29 de agosto de 2017

CID F41.2 - Transtorno misto ansioso e depressivo



        Dia 21 de Junho de 2017, esse foi o dia em que eu descobri que tudo que eu sentia não era apenas uma "falta do que fazer", esse foi o dia que eu descobri que a minha "preguiça" não era bem uma preguiça, esse foi o famoso dia que eu tomei conhecimento da "minha" CID. F41.2, também conhecida como TRANSTORNO MISTO ANSIOSO E DEPRESSIVO.
Desde meus 16 anos eu tenho sentimentos acumulados de todos os tipos, mas isso nunca me impediu de viver bem, até que com 21 anos eu comecei a ter alguns surtos, crises de choro que duravam horas, ataques nervosos sem motivo algum, nesse momento depois de muita insistência resolvi procurar um psicólogo, meu intuito era apenas ter alguém para a conversa sobre tudo isso, bom, foi exatamente isso que eu achei, porém, não sabia que meu problema era bem maior do que eu esperava que fosse. Contando minha história, e mostrando o que acontecia comigo constantemente, minha psicóloga me diagnosticou com Transtorno Misto Ansioso e Depressivo, aquilo foi um choque para mim, eu nunca na vida inteira me imaginei como uma pessoa depressiva, ou ansiosa, porém é exatamente isso que eu sou hoje, um misto de ansiedade e depressão.
A conversa com a psicóloga foi reveladora para mim, fiquei chocada com tudo que ouvi e a cada minuto fui percebendo tudo que eu fingia não vê. Meu quadro é grave, logo de cara sem hesitar ela me encaminhou a um psiquiatra, eu deixei minha doença ir tão longe que só terapia não vai ajudar muito, quando ela me falou que eu precisaria de ajuda de medicação, eu fiquei extremamente impressionada, ainda estou. Parece que meu mundo caiu sobre mim, e agora eu tenho medo do que eu irei me tornar, não sei nada sobre as medicações para esse transtorno, eu estou aos poucos tirando dúvidas com ela.
Meus dias tem sido confusos, as vezes entro em crise do nada, o medo constante de perder o melhor da minha juventude me assombra, eu quero muito me curar, mas é um caminho difícil, não tenho apoio da minha família, a única pessoa ao meu lado é meu namorado. Cada dia eu enfrento a vida de cara, cada dia eu definho mais e mais em cima da cama, a realidade de uma pessoa com depressão é simplesmente monstruosa, eu não vivo sobre restos por que quero, eu vivo sobre eles por estar tão presa a depressão que mal consigo me mexer, mal consigo comer, mal consigo respirar. Vivo dias de horror, sozinha, entro em pânico nas madrugadas por não conseguir dormi, choro incessantemente por medo, mas medo de que? Pois bem, nem eu sei, apenas sei que cada dia eu luto para continuar a querer viver, e não sobrevivendo. Hoje foi um dia horrível, amanhã eu espero que consiga fazer dele um dia melhor.


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